
Búzios , RJ DEZ/2004
Viagem conhecendo praias, enseadas, vias de escalada, pontos de interesse geológico, Ponto Aleph
Depois de quase 15 anos estava morrendo de vontade de voltar a Búzios, dessa vez para conhecer os lugares mais isolados e mais paradisíacos. Saímos sábado de manhã do Rio e chegamos em Geribá por volta de meio dia. Isso depois do engarrafamento em São Gonçalo e de duas paradas em blitz. Realmente, aquele caiaque amarelo em cima do carro era a própria melancia amarrada no pescoço. Na primeira o guarda nos parou, pediu documentos e disse que estava fazendo o controle anti drogas. Revistaram o carro, nossas bolsas até que 30 minutos depois, desistiram. Até porque em outra blitz 10 km dali, fomos parados novamente, mas quando dissemos que já tínhamos sido até revistados o guarda falou, Ah, então vai embora tranquilo! Bom, voltando a Búzios, passamos pela extensa praia rasa, local perfeito pra kite surf e windsurf, muito vento, ondinhas pra saltar e profundidade rasa, muito rasa. Continuamos em direção à Geribá, fomos passando pela rua das pousadas, que fica atras da praia, e paramos numa das últimas chamada Refúgio do Guerreiro. Bastava caminhar 50m pra chegar no mar. Tuuuuuuuudo na vida. Estávamos bem no meio da praia. Para a direita ficava a Ponta do Mourisco, onde tínhamos que trocar um grampo de rapel de umas vias de escalada. Neste local tinha uma placa dizendo PONTO DE INTERESSE GEOLÓGICO. A explicação era a seguinte: o antigo continente GONDWANA era formado por várias placas tectônicas ( nessa hora valeu as aulas de geologia da Petrobras) que se moviam. Búzios é chamado de Himalaia Brasileiro, pois foi formado quse do mesmo jeito, ou seja, uma placa se chocando com a outra. Só que em Búzios, elas se chocaram há 520 milhões de anos, e se separaram depois há 400 milhôes de anos. Lugar muito bonito, com mar forte, rochas imponentes e um vento de congelar. Para a esquerda, tinha uma trilha de 5min para se chegar a praia da Ferradurinha, linda, uma enseadinha cercada de pedras, com caiaques e canoas. Remamos, mergulhamos, curtimos o visual e mais tarde fomos ao centro, na famosa Rua das Pedras. Muitos restaurantes charmosos, creperias, lanchonetes naturais, lojinhas e boutiques (por um momento pensei que estava andando em Ipanema). Depois de comermos, voltamos a ponta do Mourisco para trocar o grampo da via de escalada. Depois fiquei lendo a placa que explicava o tal evento geológico daquele lugar, e decobri vários outros pontos no mapa. Um deles eu queria conhecer, na Ponta da Lagoinha, o Ponto Aleph, conhecido como marco de energia. Mas isso ficou pro dia seguinte. À noite, voltamos a Rua das Pedras para jantar e comprar. Compramos vestido, miniatura de veleiro, camisa de neoprene, bodyboard, miniatura de canoa, biquini (essas coisas de se comprar em cidade de praia) e fomos embora. Acordamos as 8h30 e o café da pousada nos esperava. Adoro café da manhã de hotel (ou pousada). Saímos pra ponta esquerda de Geribá, onde as ondas são menores. Levamos o caiaque e a nova bodyboard. Nos divertimos um bocado, até resolvermos alugar um funboard (aquela prancha um pouco menor que o longboard) e por 30 minutos tentamos em vão ficar em pé nela. Remava, pegava a onda, tentava levantar e caía pro lado. E de novo, e mais uma vez. Mal conseguia segurar ela pra passar na onda, e carregar pra areia muito menos. Quase exaustos, desejando um banho de água doce, resolvemos pegar o carro e começar realmente o tour para a serra e as praias mais escondidas (nem tão escondidas assim pois tem estrada de pedra pra todas, menos, para o Ponto ALEPH). Fomos à praia da Ferradura, sem ondas e com vento refrescante, subimos a serra das Emerências onde tem trilhas de mountain bike, e fomos conhecendo as outras enseadas. Descobrimos a entrada para a estrada de chão que levava ao outro ponto de interese geológico. O carro desceu ao lado dos barrancos (ainda bem que o meu marido é especialista em dirigir na terra) e de repente, fim da linha, tínhamos que continuar descendo a pé, no meio dos cactos, urubus e ninhos de marimbondo. Chegamos na ponta da serra, entrada de duas praias, um lugar de vista espetacular, e bem abaixo uma tirolesa para outro morro, próximo ao afloramento de basalto, o tal Ponto Aleph. Tiramos fotos, ficamos curtindo o momento de estarmos num local tão cheio de energia e tão importante geologicamente, e subimos para pegar o carro e continuar na serra, contornando as enseadas, avistando a Praia da Foca e a Saco do Forno. Andamos sobre umas pedras incríveis na Ponta da Lagoinha, onde tinha outra placa daquelas explicando a divisão do continente. Lugar muito bonito, com uma vista linda das ondas estourando nas pedras e gargantas. Seguimos em frente, rumo ao centro para dar a última passada na Rua das Pedras, nas praias do centro, na tal estátua da Brigit Bardot, que fez o mundo conhecer Búzios em 1960. Abastecidos com 2 milkshakes grandes de chocolate, pegamos novamente a estrada e pra variar, fomos parados na blitz (mas essa foi rápida, ainda bem). Búzios continua lindo, com praias paradisíacas e montanhas espetaculares.
Como Chegar:
De carro do Rio, sair em direção a Região dos Lagos, virar em São Pedro da Aldeia, continuar em direção a Macaé e virar a direita no trevo de Búzios
Onde Ficar:
Sem carro, no centro. De carro, em Geribá. Se não quiser gastar muito, escolha as pousadas do lado esquerdo da pista. As do outro lado tem acesso direto à praia e por isso são mais caras.
Outras Dicas:
Se estiver a pé, alugue um buggy ou uma scooter para visitar várias praias. Reserve 20,00 reais só para os pedágios! Peça um mapa da cidade ou na pousada ou no portal da cidade. Ajuda muito pra se localizar.
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